Redução do consumo de água, eliminar desperdiço de matéria prima utilizada ou reduzir as viagens são ações de sustentabilidade e ninguém tem dúvida.
De tão falada e repetida, a sustentabilidade entrou nas nossas vidas e tornou-se o tema do momento, mas enquanto aos investidores e fundos, será que estamos a fazer escolhas sustentáveis?
Vale a pena incluir mais ações de sustentabilidade em nossas organizações? Devemos avaliar a real situação “ESG” da organização?
Quando aplicamos o conceito de sustentabilidade corporativa ou ESG ao investimento, podemos dizer que representa investir no presente pensando na viabilidade futura ou integrar no nosso portfólio um conjunto de empresas às quais hoje reconhecemos seu valor e que reúnem as melhores condições para preservar e manter esta valorização no mercado.
O valor que importa conhecer não se limita ao revelado por Kpis financeiros, e está intrinsecamente ligado à forma responsável, justa e equitativa como uma organização se relaciona com seus stakeholders: Comunidades a sua volta, colaboradores, fornecedores, acionistas, clientes e a sociedade.
Ao contrário de que alguns ainda podem pensar, as organizações que lideram as melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) mostram-se tipicamente mais coesas e mais bem preparadas para inovar e responder aos desafios do mundo atual, tendem a ser preferidas por quem com elas se relaciona e a estar menos suscetíveis a escândalos, riscos e imprevistos que ponham em causa o seu valor e o seu futuro.
Identificar estas empresas implica conhecê-las, e inclusive, estar envolvido nas suas decisões.
Due diligencies aprofundadas traz-nos um conhecimento do que vai muito além, e do que é fornecido pelos índices/ratings de terceiros e podemos usar para sustentar decisões de investimento de forma transversal em todas as classes de ativos.
Não faltam exemplos de como essas due diligencies compensam na identificação das empresas mais sustentáveis para investir.
Vamos um caso que participei no passado com uma organização que ilustra bem como a sustentabilidade corporativa é demasiada importante para ignorar, neste caso para prevenir a perda de valor.
Em maio de 2018, identificámos alguns gaps nesta empresa de energia renovável.
Entre outras razões, preocupavam-nos algumas práticas de governança e uma cultura fraca de segurança do trabalho em suas operações nas linhas de transmissão e outros ativos.
E por incrível que pareça, total desconhecimento dos seus stakeholders que influenciavam diretamente sua operação e já com alguns conflitos em com comunidades
Em outubro do mesmo ano, deflagrou um conflito enorme com uma comunidade e rapidamente a organização foi acusada de várias tomadas de decisão equivocadas e virou manchete nas mídias.
O valor dos danos a sua imagem e das indenizações as comunidades e colaboradores foram estratosféricos, e quase a levou a encerrar as operações nesses lugares.
O mundo está conectado, (TODOS TEM UM CELULAR), as questões como Sustentabilidade Corporativa, ESG e outros temas passam a ser de tremenda importância para a continuidade do negocio
Mas Roberto, todo sabemos disso, é……….. pode ser, mas não parece, pois continuamos a assistir estes fatos como o mencionado acima ocorrer de tempos em tempos.
Isso, meus amigos e colegas da nossa área, é a prova de que também os consumidores estão cada vez mais alerta e a penalizar as organizações que não passam no teste público da Sustentabilidade Corporativa e ESG.
Estamos juntos!