Roberto Roche & Associados – Gestão em QSMS-RS e Sustentabilidade

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A culpa é sua! Punição já?

Comecei a escrever um post no meu blog(robertoroche.com.br) sobre a importância da empatia entre os profissionais de segurança, mas depois do que parecia uma eternidade eu desisti.

Eu só não vejo a empatia como o forte entre as pessoas que trabalham com a segurança, nas organizações

Vai desde o gestor que vê seu trabalho todo o tempo provando que qualquer que seja a lesão não é culpa da empresa ou, para o supervisor de segurança que suspira quando ele ou ela recebe o relato de um acidente  

Eu mesmo, ao longo da minha carreira, me lesionei no trabalho muitas vezes embora eu admita que raramente relato lesões (escrevi artigos sobre por que as pessoas não relatam seus ferimentos e, na verdade, um livro que a maioria de vocês nunca lerá sobre o assunto)

O cara da segurança tem a capacidade de compaixão e empatia como um assassino em série com síndrome de Asperger.

Dúvida de mim? Qual é a primeira pergunta que você faz depois de se machucar?

Normalmente, você é perguntado, “o que aconteceu?”

Não como você se sente sobre o que aconteceu, o que você acha que fez você tomar as decisões que você tomou, ou mesmo você está se sentindo bem.

A maioria das pessoas tem vergonha de ser machucar, porque eles honestamente acreditam que é culpa delas mesmos.

E você sabe o quê?

Às vezes é, mas eu nunca tomei um pingo de consolo no conhecimento de que meu sofrimento foi provocado por minhas próprias ações.

Se não, vejamos;

Esta manhã, enquanto cozinhava, eu queimei minha mão esquerda não uma, não duas, mas três vezes no curso dos vinte minutos ou assim que eu estava cozinhando meu café da manhã,

Devo salientar que eu como este café da manhã quase todos os dias e faço da mesma maneira, então o que era tão diferente sobre hoje?

Nada, ou melhor quase anda, mas apensa um detalhe, na verdade, mas acho que demonstra como é difícil quebrar os hábitos associados às tarefas rotineiras. 

 Eu cozinho o mesmo café da manhã praticamente todos os dias, a mesma rotina, dia após dia.

Eu não tenho que pensar muito às 05:00 e, é uma coisa boa.

Então… Hoje, peguei uma panela pequena perfeita para fazer omeletes com uma exceção:

A alça é metálica e não é protegida. 

Agora, para ser claro, eu trabalhei como cozinheiro em restaurantes por alguns anos, na época de faculdade e, sei o meu caminho em torno da cozinha, e ainda assim eu queimei a mesma mão três vezes porque eu peguei a alça quente sem pensar.

Nada mais, nada menos.

Não foi causada por nenhum dos “quatro estados: pressa, frustração, fadiga e complacência” ou qualquer outra coisa que as metodologias de segurança enlatadas vendem por aí  

Vamos olhar para estas uma de cada vez.

  • Pressa. 

Anos de experiência me ensinaram que a menos que você queira ficar doente você não pode apressar o processo de cozimento. 

 Eu não estava com pressa, quando cozinhar cada item requer uma certa quantidade de tempo nem mais e nem menos.

Mas vamos supor que eu estava correndo; E daí?

A pressa causa ou contribui para lesões?

 Eu já trabalhei com linha de montagem onde os colaboradores tinham que ser rápidos na linha de produção.

Já era difícil o suficiente trabalhando nesse processo, mas volta e meia tínhamos que pedir para parar o processo, porque os gerentes muitas vezes aceleravam secretamente o ritmo e, essa correria causava muitas lesões

  • Frustração.

Eu nunca na minha longa e histórica carreira vi uma lesão que foi causada porque um trabalhador estava frustrado.

Como você machucou suas costas?

“Ah, você sabe que eu estava frustrado então eu pulei na frente de um caminhão “.

 Isso não significa que não possa acontecer, ao contrário de muitos dos meus detratores lendo isso, não acredito que minha experiência seja universal e, portanto, de alguma forma, uma prova das minhas afirmações, mas o fato de nunca ter visto um leão no meu quintal me leva a acreditar que esses não são nativos do meu bairro.

 De qualquer forma eu não me queimei três vezes esta manhã porque eu estava frustrado.

 Nada disso deve ser interpretado como de alguma forma implicando que os colaboradores não ficam frustrados, mas se frustrados, são mais propensos passar uma conversa para o chefe, perder o trabalho ou sair mais cedo. 

Acredito que a frustração deve ser tratada como um comportamento, saúde mental ou uma questão moral, não uma causa de lesões.

  • Fadiga.

 Embora a fadiga seja o que eu descrevo como um “inibidor de desempenho” eu certamente não estava cansado quando me queimei. 

Na verdade, eu estava energizado do treino e cafeína, tive um boa noite de sono e vou dizer para o registro que eu não estava cansado.

 Isso não quer dizer que a fadiga não contribua para os ferimentos, mas todos, desde enfermeiros até caminhoneiros rodoviários rotineiramente, devem “resistir”.

E, o que causou meu ferimento?

Uma pequena mudança no processo.

Usei uma panela diferente, a panela tinha uma alça de metal.

Eu deveria ter sabido antes, pois é bem melhor do que pegar uma alça de metal com a minha mão nua da primeira vez, é claro.

 Esse conhecimento transfere para o pensamento consciente? Nem sempre!

A primeira queimadura foi minha culpa? talvez não, mas a segunda e terceira vez eu certamente sabia que seria quente, mas eu tentei reposicionar a panela de qualquer maneira. 

Por que tentei reposicionar a panela depois de já ter me queimado?

 Porque o hábito era muito mais poderoso do que a dor visceral da queimadura e o cheiro da minha própria carne ardente balançando até as minhas narinas.

Hábitos são difíceis de quebrar, e quando o hábito nos beneficia, nos mantém vivos, mas quando mudamos até a panela foi mal projetada?

Estamos juntos!

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