Como já mencionei em outros textos, hoje me considero um estagiário de novo negócios, buscando oferecer o que eu tenho de melhor para as organizações.
Admiro muito a coragem de meus colegas profissionais abrirem uma consultoria logo após sua saída da faculdade ou daqueles que nunca trabalharam por muito tempo no mundo corporativo na “linha de frete “.
Sem mencionar os que se aposentam dos órgãos ambientais e já se consideram consultores experientes.
E os palestrantes e seus treinamentos Mega Super Blaster ou Master Class?
Admiro a todos, sem irreverência (eu acho)
Sim a diferença do ar-condicionado para o trecho é grande e dolorosa.
Jamais aceite conselhos de quem não tem cicatrizes.
São elas (e só elas) que sinalizam que a pessoa pode ter algo a ensinar.
Diplomas, títulos etc. são largamente irrelevantes para isso.
A vida real é que ensina e filtra a incompetência.
Nassim Taleb”.
Mas não posso deixar de mencionar que eu tenho observado nesses meses como estagiário de novos negócios,
Os dias atuais impõem a nós, profunda reflexão acerca das práticas até aqui empregadas e de que forma estamos aconselhando nossos próprios clientes.
Será que estamos sendo honestos e fazendo mesmo um bom trabalho?
Mais que análise e autocrítica, a pergunta é necessária e vital, pois se tragédias inomináveis como os últimos grandes acidentes socioambientais ocorreram é porque tal questionamento procede e nossa conduta precisa a todo tempo ser reavaliada por nós mesmos e pelo mercado.
A era da precificação e venda de serviços de consultoria ditado por questões meramente mercadológicas acabou!
Apenas sobreviverá daqui em diante quem investir pesado em capacitação de pessoal, aprofundamento de práticas de Governança Corporativa e principalmente fixação justa e repasse dos custos decorrentes destes investimentos ao próprio cliente, em respeito ao mesmo.
Consultoria em QSMS-RS & Sustentabilidade não é “aplicativo”, e não há como tratar o nosso meio e atividade com o viés meramente focado no binômio produtividade/volume de atendimento.
É preciso, pois, repensar esse modal, investir cada vez mais em qualidade, transmitir segurança e competência, não simplesmente pregar capacidade de atendimento em larga escala.
Não há sentido mais em vender baratinho sem preocupação com as consequências, possibilitados à alcunha de uma concorrência visceral de mercado ou pela economia em investimentos onde eles se fazem necessários: na formação de equipes tecnicamente competentes e exemplares por exemplo.
As consequências de tais práticas se revelam potencialmente nefastas, tanto para clientes assessorados quanto para assessores!
Como você pode tirar a licença ambiental para uma empresa e não dar a mínima as condicionantes nem as questionar sobre seus custos e se são viáveis, por exemplo?
Há um divisor de águas transbordado em definitivo com os eventos de vazamento de petróleo, contaminação no solo, e consolidado com a os rompimentos de barragens a maior tragédia de cunho humano/ambiental já vivenciada nesse país.
É notório que o arcabouço legal sofrerá cada vez mais alterações significativas, frequentes e a fiscalização será dotada, forçosamente diga-se, a ocupar o espaço que sempre deveria ter ocupado.
Estejamos preparados, nossa capacidade de aconselhar e de transmitir com qualidade e exatidão as novas obrigações impostas é o grande valor que se anuncia.
Lamentável que apenas após o ocorrido (sempre falam de meio ambiente depois de um acidente, depois a mídia esquece) tais providências estejam sendo efetivadas.
Mas pior e mais lamentável ainda será se não dotarmos e prepararmos nossa conduta e atuação profissional.
Nos agradecerá o cliente, o mercado, o meio ambiente e principalmente a sociedade
Estamos juntos!