Como a maioria de vocês, eu tive que, como parte do meu trabalho, periodicamente passar por alguns (nem todos) exaustivos, monótonos e extremamente treinamentos inúteis
Treinamentos de que não precisava, sobre tópicos que não utilizava no meu trabalho.
Sentia-me, com a mente entorpecida pelo tédio, porque a lei ou o RH dizia que devia concluir este treinamento.
Existem excelentes ferramentas inovadoras de aprendizado e, no entanto, quando se trata de treinamento obrigatórios pela lei, caímos na mesma armadilha que muitas outras empresas.
Então, por que fazemos isso? Porque a lei diz que eu preciso!
A lei não se importa se eu desenvolvi cursos muito melhores na verdade sobre o assunto.
A lei não se importa se esse resíduo de prateleira atende aos meus objetivos ou necessidades.
A lei nem se importa se eu aprender alguma coisa com o “treinamento”.
De fato, na maioria dos casos, a lei nem especifica conhecimentos ou habilidades que o curso deve cobrir, só tem que ser feito ou então, multa!
Já escrevi muito textos sobre o que há de errado com o treinamento em segurança e meio ambiente e como corrigi-los.
Além de banal, essa afirmação é ERRADA.
Há uma diferença entre “educação” (ensinar alguém sobre algo) e “treinamento” (ensinar alguém a fazer algo).
O aprendizado implica que alguém realmente adquire conhecimentos ou habilidades que lhe faltavam antes do curso, e esse nem sempre é o caso.
Estou consciente que temos que fazer coisas sem sentido, simplesmente porque a lei diz que devemos, mas não deveríamos aspirar a fazer mais do que apenas satisfazer o mínimo de mínimos possível?
Não devemos perguntar qual é o espírito da lei e por que acha que isso deve ser um requisito?
Por que fazemos treinamentos que sabemos que não farão diferença alguma?
Ou mais, por que não usamos o requisito como justificativa para aumentar a conscientização, ensinar habilidades, fomentar o debate e o discurso?
Simples, fazer da maneira certa é caro, e este pensamento me irrita!
Você pode comprar o treinamento aceito pelo governo baratinho e, distribuí-lo pela rede de computadores e atender aos requisitos.
O mesmo curso pode ser usado para treinar colaboradores da mineração e coletores de sêmen em uma fazenda de criação de gado. Estranho, não???
Fui forçado a fazer treinamentos regulatórios sobre assuntos em que sou bem versado e até mesmo que desenvolvi e ensinei.
Isso faz sentido? NÃO!
Mas desde quando faz sentido? É lei e pronto!
O perigo real aqui é que o colaborador médio não consegue distinguir entre as informações de que realmente precisa e a porcaria de “bom saber” que uma fração da população jamais utilizará.
O resultado dessa confusão é que as pessoas tendem a tratá-la como lixo.
A legislação não exige proficiência.
Contanto que você consiga marcar a caixa de seleção que alguém concluiu o treinamento, o governo não o incomodará se a pessoa não tiver feito nada do evento.
Não há disposição na lei para testar fora de um curso.
Os reguladores estão preocupados com a conclusão do curso em vez da competência.
Qual é a diferença?
Contrato um eletricista profissional com 15 anos de experiência, não preciso treiná-lo como eletricista, mas no interesse da segurança, preciso verificar sua competência antes de colocá-lo no trabalho.
Então, por que o requisito não lê “Os empregadores devem garantir a competência de todos os colaboradores em toda e qualquer tarefa que eles precisam executar”?
Porque garantir competência é difícil. Pense nisso.
Quando alguém é ferido, é mais fácil culpar o colaborador.
Quantas vezes consideramos que talvez a pessoa nunca tenha tido as habilidades adequadas em primeiro lugar.
Vejo um ressurgimento sobre treinamentos sobre cuidado ativo, liderança etc, onde uma nova safra de palestrantes vendedores de milagres orgulhosamente afirma (sem um pingo de prova) que o comportamento dos trabalhadores (e não o sistema no qual o trabalhador trabalha) é a raiz de todos as lesões
Nenhum deles pergunta, ou até parece interessado, porque um colaborador inteligente e adulto escolheria se colocar na linha de fogo.
Somos rápidos em culpar, mas demoramos a examinar as circunstâncias que nós mesmos criamos que encorajam comportamentos inseguros e má tomada de decisões.
Estou preocupado!
Estamos juntos!