Normalmente se associa a uma gestão de sustentabilidade corporativa ações para reduzir a pegada de carbono, utilizar os recursos de forma mais eficiente, integração com as comunidades, utilizar menos recursos etc.
Mas pouco se fala inserido neste tema sobre a importância do risco de causar uma má reputação corporativa, neste mercado que cada dia mais cobra ações em gestão de ESG, com acidentes socioambientais e acidentes de trabalho.
Exemplos não faltam nos dias de hoje, empresas que sempre foram consideradas exemplos em segurança e preocupação com o meio ambiente se veem diante de suas ações derreterem em valor de mercado e serem excluídas do índice de sustentabilidade na bolsa de valores.
Já vimos nestes últimos meses grandes marcas sendo acusadas de trabalho escravo com consequências desastrosas para imagem e agora uma montadora ser acusada de crime ambiental onde o estrago não só financeiro como a imagem arranhada perante a sociedade não se tem ideia do alcance que vai dar.
Se a segurança do trabalho é tão importante, é responsabilidade de todos e várias outras frases já conhecidas por todos como programas de conscientização, pergunto:
Quantas vidas ainda serão ceifadas até que seja considerado um “VALOR” a ser incorporado na organização para que realmente passe a uma gestão voltada para a sustentabilidade?
Qualquer empresa com uma reputação de ser insegura para trabalhar pode ter dificuldades em encontrar mão de obra local e ser forçada a se contentar com os candidatos menos qualificados que resultam em mais chances de acidentes.
Com os negócios atualmente crescendo em um mercado altamente competitivo, os gestores começaram a examinar cuidadosamente o que seus parceiros estão fazendo para garantir que suas operações sejam sustentáveis e ter um bom retorno quanta à imagem do seu produto.
Hoje a sustentabilidade é vista através de uma lente muito mais ampla que analisa não somente a pegada de carbono de negócio que está sendo deixada no meio ambiente ou a política global.
Mas sim em pontos que antes não eram contabilizados até começarem ocorrer incidentes em que afetavam sua imagem.
O que essa visão mais ampla de sustentabilidade tem a ver com a segurança do trabalhador? Mais precisamente, na falta de segurança coletiva que pode desempenhar um papel profundo para o qual uma empresa é considerada sustentável.
O primeiro, e talvez o mais óbvio, é o papel que desempenha a segurança do trabalho na sustentabilidade e o seu impacto entre seus colaboradores e na comunidade a sua volta.
A fatalidade ou ferimentos graves em uma indústria causam uma grande comoção para aqueles que vivem e trabalham nas proximidades. O incidente tem um grande impacto sobre a reputação do negócio.
À primeira vista, isso pode não parecer grande coisa.
Mas uma organização, com atividade de alto risco como, por exemplo, a indústria do petróleo ou da mineração podem ter dificuldades em encontrar mão de obra e ser forçada a se contentar com os candidatos ao emprego menos qualificados.
E sustentabilidade também é reter talentos, manter os colaboradores motivados, treinados e em um ambiente seguro.
Uma empresa a com alta rotatividade de seus colaboradores não é uma empresa que pensa em sustentabilidade.
Quando as pessoas descobrem que eu sou gestor da área de Sustentabilidade e QSMS-RS em uma conversa informal e o assunto são sobre acidentes, uma das primeiras coisas que eu geralmente ouço é: “nossa empresa ou meu patrão precisa de uma palestra e consultoria sua.”.
Penso comigo! Qual o desejo que essas pessoas estão transmitindo com esses pensamentos? Será que estão mais propensos a procurar trabalhar em outro lugar?
O mercado é implacável e muitos clientes podem questionar a capacidade do processo de uma indústria que não respeita a integridade de seus trabalhadores, e decidir que fazer negócios com eles pode atrair muita atenção negativa indesejada a sua marca.
Estão prevendo uma “tempestade perfeita” de escassez de recursos globais, em 2030, quando a população mundial deverá ultrapassar de oito bilhões.
Empresas que não planejam para a escassez de recursos essenciais e aí incluímos o capital humano podem encontrar-se fora do negócio, atropelada e substituída por aqueles que fazem um esforço conjunto para garantir a sua sustentabilidade.
Quando um recurso se torna escasso o preço dele sobe. E inovação, recursos alternativos e mão de obra qualificada bem treinada se tornam mais rentável e viável.
Da mesma forma, a cadeia produtiva vai continuar a crescer com a concorrência global, que estreita as margens mais e mais, mas as empresas que investem em ações de sustentabilidade acima de tudo, treinamento e não a segurança do trabalhador e seus processos terão mais caixa e operarão com mais eficiência e produtividade e sem dúvida estarão mais bem posicionados para sobreviver.
Alguém tem ideia dos custos diretos e indiretos de um acidente de trabalho ou de um acidente ambiental?
Se não!!!! Vejam os valores que estão em jogo sobre os acidentes na qual a mídia vem divulgando nestes últimos meses.
Estamos juntos!