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Due Diligence de risco ESG, não é para qualquer um, perguntem as organizações do Agro envolvidas com acusações de trabalho escravo.

Due diligencies em aulas, livros e na teoria são muito fáceis de realizar.

Mas quando nos deparamos com o desafio de fazer uma due diligence na prática é que surgem os desafios, e a depender do caso, eles se tornam maiores ainda no caso de uma organização que tem que lidar com milhares de fornecedores.

Normalmente sua organização faz negócios com pessoas que não conhece e, mesmo se fosse uma organização que já provia serviços ou produtos algum tempo, as gestões mudam, e as exigências e qualificações do mercado também.

É muito comum seus fornecedores estarem longe do controle da organização ou em um local com pouca supervisão.

  • Possuam uma cultura diferente com costumes e expectativas diferentes;
  • Não conhecem as regras da sua organização ou não têm incentivos para cumpri-las;
  • Desejam agradá-lo em um curto prazo, sem compreender ou se importar com as consequências de longo prazo;

Muito comum a pressão para fazer negócios em cima de suprimentos sem se preocupar com a forma de como são feitos, com maior foco em lucratividade.

Faz a cotação com três fornecedores, e o menor preço, vence, aí mora o perigo e pode gerar a maior dor de cabeça para sua organização e consequentemente sua marca.

Todos esses pressupostos fazem sentido e por isso é tão importante a realização de due diligence dos riscos ESG, que nada mais nada menos consiste na análise e investigação de fornecedores com o quais a organização se relaciona.

As organizações devem adotar mecanismos de due diligence levando em consideração o mercado que atuam, pois os relacionamentos com fornecedores podem criar uma variedade de riscos para as organizações, com impacto na marca e reputação.

Para a realização de uma due diligence de riscos ESG, trago alguns pontos e princípios que podem ser utilizados por organizações de qualquer porte e segmento, baseados na minha e vivência e experiência nessas últimas décadas realizando para fundos, bancos e M&A.

  • A due diligence é baseada no RISCO para o negócio, sempre!

O risco da relação de uma organização com um fornecedor de mão de obra é diferente da relação com um representante comercial ou um distribuidor de peças de máquinas.

 Mas além do “tipo” do fornecedor, sua organização deve observar o seguinte para realizar a avaliação de risco:

  • Qual a indústria de atuação do fornecedor;
  • Como é sua imagem e reputação no mercado e aqui incluo mídias negativas;
  • Quais empresas compõe o grupo societário do qual o terceiro faz parte;
  • Se o valor do contrato/proposta/ordem de compra ou serviço é condizente com a prática de mercado, com o serviço a ser prestado e com o nível de especialização do terceiro;
  • Se existe documentação suporte relacionada à prestação de serviço ou dos produtos fornecidos;
  • Verificação se o fornecedor ou seus sócios possuem relacionamento com o governo, se precisará interagir com o governo ou se está sendo contratado para este fim;
  • Se o fornecedor possui um programa de adequação aos princípios do ESG.
  • A due diligence deve fazer sentido para o risco do seu negócio  

Quanto maior o grau de exposição ao risco, mais aprofundada deve ser a análise, bem como os controles internos devem ser apropriados ao caso concreto.

Como mencionei no exemplo do Agro acusado de utilizar trabalho escravo, não faz sentido tratar o fornecedor de mão de obra da mesma forma que você trata um distribuidor de peças de geladeira.

E nesse contexto você deve priorizar a due diligence dos fornecedores que forem considerados de alto risco e daqueles em que existe maior probabilidade dos riscos se materializarem, a partir das informações que você coletou na avaliação de risco.

  • A due diligence deve ser feita antes, bem planejada, verificando suas barreiras /critérios.

O melhor momento é que sempre seja feito antes da contratação, pois aqui temos o caráter de prevenção.

Se isso não for possível, sua organização pode e deve fazer em um momento posterior (detecção, resposta), pois é preciso levar em consideração que a grande maioria das organizações já mantém relações com fornecedores.

  • A due diligence precisa ser contínua, e comitê de risco ESG deve monitorar sempre.

Muitas organizações e profissionais imaginam que a due diligence deve ser feita apenas uma única vez, no momento da contratação.

E pelo que conheço a maioria dos fornecedores que são relevantes para uma organização não tem uma relação comercial por uma única vez.

Imagine a seguinte situação: sua organização contratou um fornecedor em 2010 e fez uma due diligence naquele momento e depois não fez mais.

Mas já estamos em 2023!

Será que aquelas informações que você buscou em 2010 continuam as mesmas?

As notícias a respeito do terceiro continuam as mesmas?

 Impossível dizer sem realizar uma nova due diligence!!!!! 

A due diligence deve ser feita periodicamente enquanto durar a relação comercial, e o prazo para isso vai depender do risco.

  • A due diligence precisa ser evidenciada.

Manter sempre os registros da due diligence (questionários, formulários, pesquisas, entre outros).

A implementação de um processo eficaz de gerenciamento de documentos de due diligence é essencial para demonstrar que aquele fornecedor foi aprovado para iniciar (ou manter) as relações comerciais com a organização.

Importante lembrar que as exceções ao procedimento de due diligence devem ser devidamente documentadas e aprovadas.

Manter os registros de uma due diligence é importante para momentos de auditoria sejam internas ou externas e para a própria defesa em uma eventual responsabilização.

Independente do porte e do mercado em que atua, a organização deve realizar o processo de due diligence dos riscos do ESG, pois é uma questão de sobrevivência.

Fundamental entender que os consumidores e a mão invisível do mercado são os novos reguladores, que sempre estão vigiando especialmente por meio das mídias sociais o que as marcas e empresas fazem ou deixam de fazer, e observam, inclusive, se o discurso e prática estão alinhados aos valores que estão nos banners, nas mídias sociais e códigos de conduta das empresas.

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