Roberto Roche & Associados – Gestão em QSMS-RS e Sustentabilidade

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A Importância da Gestão de Riscos Socioambientais nas condicionantes das Licenças e, sim, é risco ESG!

Em algum lugar do planeta, em uma organização, recém assumia diretoria de ESG.

Surpresa!

Nada mais nada menos, ganhava 675 condicionantes, 63 comunidades, e o conselho por decisão de alguns havia decido assumir alguns dos ODSs, todos esperavam sob minha mesa.

Até aí, tudo bem, vamos em frente.

O pior, era de que estas condicionantes, deveriam ser apresentadas aos diversos órgãos a cada três meses.

Pensando comigo, mas como deixam isso acontecer? Será que não pensaram nos custos?

Em uma oportunidade, durante minha apresentação de rotina ao conselho sobre os KPIs de Sustentabilidade, ODSs e QSMS-RS, aproveitei a oportunidade.

Respirei fundo e perguntei: Por que tantas condicionantes nas licenças?

Silêncio na mesa, resposta veio de pronto do CEO: Pagamos a consultoria para obter as licenças e vieram assim com as condicionantes, não é o normal?

Perguntei: Mas ninguém foi no órgão questionar cada condicionante? Foi goela abaixo? Vocês têm ideia de quanto gastamos para manter essas condicionantes, o tamanho da equipe para mantê-la, e quanto as consultorias, são efetivas ou não, sabem que são? O que estão fazendo etc.?

E o risco a gestão das condicionantes realizadas pelas consultorias já foi analisado? Temos 27 consultorias realizando os programas, conhecemos a fundo o que cada uma está fazendo?

Mas silencio …. Sempre foi assim e o que pode dar errado? Fique tranquilo você é novo aqui, e sua preocupação com riscos é exagerada.

Alguns meses depois:

Manchete de jornal local;

Funcionário da empresa XPTO é acusado de pedofilia engravida menina da vila de 16 anos. Funcionário virgula, era da consultoria de programas sociais.

Tempos depois.

Funcionário da empresa XPTO acusado de desvio de dinheiro para programa de monitoramento ambiental na Vila.

Funcionário? Não! Mas sim, trabalhava na consultoria.

Tempos depois:

Funcionário da empresa XPTO, preso por dirigir alcoolizado.

É nós na fita mano, de novo.

E o tal funcionário era subcontratado da subcontratada da consultoria de monitoramento ambiental. Mas para mídia era nosso colaborador.

Crise!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E quem o conselho chama para dar explicações? Quem era o culpado?

Aqui vos fala, EU!

O fracasso é solitário, e todos aqueles que falaram que eu era exagerado quanto a gestão de risco socioambiental nem me reconheciam naquele momento.

Como já tinha passado por sufocos em gestão de condicionantes e muita vivência e experiência com consultorias mundo afora.

Respirei fundo, lá no fundo do poço, considerado um leproso, decidi que a partir daquele dia, começaria a impor minha estratégia de como seguir adiante.

E implantei o plano de gestão de riscos socioambientais, primeiro auditei todas as consultorias que trabalhavam nas condicionantes, limpeza em algumas, identifiquei os riscos e fomos para a gestão.

Mas Roberto! Não deveria ter feito isso antes? Sim deveria e fiz, mas nunca pude levar adiante pois fui informado que isso passaria um atestado de incompetência do CEO em visualizar a questão e seria melhor ficar quieto.

É a vida.

É muito fácil, acabar em uma crise a má gestão das condicionantes que vem nas licenças.

Essas são cheias de boa intenção tanto na parte social como na ambiental, mas estão sempre a um passo de se transformar em uma crise para organização, fora o custo de manutenção.

Mas como as consultorias não estão nem aí, quanto mais melhor, né!

O que é, e o porquê do gerenciamento de risco socioambiental?

Gestão de riscos socioambiental, é essencial para qualquer organização, não só para as condicionantes conduzidas pelas consultorias ou não, mas dentro da própria organização na parte de segurança do trabalho como na parte de prevenção a acidentes ambientais.

Nada mais, do que estar sistematicamente identificando e gerenciando eventos que poderiam afetar negativamente a organização no seu dia a dia.

Se existe Crise é porque alguém lá trás na gestão de risco, comeu mosca.

Mais curto e grosso do que isso é impossível de como explicar.

O gestor de risco socioambiental precisa estar seguindo e por dentro dos eventos que vão acontecendo e identificar, analisar e agir de acordo com informações sobre estas ameaças.

Gestão de riscos, não é fácil e não é para amadores, ou seja, aqueles que não tem a mínima ideia do processo.

Risco é muito subjetivo e fora isso, a percepção do risco tem influência cultural e social de quem à realiza e da própria gestão direção da organização.

Pode ser significativo para uns, mas para outros são irrelevantes ainda mais se não tem a menor ideia do que está passando na operação do processo e quem são as pessoas envolvidas no dia a dia.

Acidentes, crises se não for encarar de quando e onde serão o próximo, esqueça, emoções fortes sempre virão.

Nos dias de hoje, gestão de risco é vital para ganhar apoio da sociedade e órgão fiscalizadores com transparências nas suas ações.

Incidentes como mencionei acima do meu passado como gestor tem o potencial de fechar uma organização, suas ações virão pó e depois não tem ação de mídia sobre proteção social, ambiental, compliance e até de sustentabilidade que apague alegação dela com a marca.

Exemplos tenho aos milhares, e não venha dizer que uma boa comunicação ou marketing apaga. Nunca vi, quem sabe um dia alguém faça uma campanha que apague totalmente da memória da sociedade.

Se eu disser um nome de uma empresa aqui e agora, vão associar ao crime ambiental na hora.

Gestão de risco, intimida qualquer um, quando pronunciado, soa como ciência de foguetes para ir a Marte.

Mas com algumas ferramentas simples e um bom grupo envolvido na elaboração da identificação não é nada demais, mas desde que esse grupo conheça profundamente a operação que estão analisando.

De que adianta contratar um craque em gestão de riscos, por exemplo, para acompanhar projetos sociais, ou de segurança de uma bacia de rejeitos ou até mesmo de segurança nas operações, se não tem conhecimento e experiência?

Deve se conhecer a operação nos detalhes, reunir todas as informações relevantes e quem a está operando.

Isso inclui entre diversos itens como planos, procedimentos, outros documentos sobre o que estão fazendo.

Em seguida, identificar os possíveis riscos.

E aí mora o perigo, se não for uma experiente e que não tenham a menor ideia do que se trata, muitos riscos serão minimizados e até mesmo esquecidos

Volta a repetir:

Risco para uns, são insignificantes para outros ultras mega super ultra importantes (roubei o ”ultra mega” da minha filha de 8 anos)

Tendo identificado os riscos, registre em uma matriz.

Daí parta para as análises dos riscos, tratando cada risco com muita atenção, buscando soluções para reduzir a probabilidade de ocorrência e elaborando procedimentos para mitigar seus impactos.

Com base no registro dos riscos, priorize-os.

Quanto maior a probabilidade e o impacto, quanto mais cedo você precisa lidar com isso.

Crie um plano de ação que define as etapas práticas que você vai ter.

Esse trabalho é contínuo para vida toda na organização

Importante, meu amigo e colega gestor!

Agende uma horinha do seu dia para gestão de riscos, revise, discuta com seu time e a direção, mostre que existe uma preocupação com os riscos.

Mostre que as consultorias não estão soltas na área, verifique e revise, vá no local para checar se os relatórios deles são reais.

Gestão de risco socioambiental das condicionantes é vital para a sobrevivência a longo prazo de uma organização.

Com um planejamento adequado, ele pode se tornar uma parte rotineira da gestão, assegurando executando liso e evitando o potencial para o desastre.

Quanto aos acontecidos mencionados no início do texto, deixa para lá, tenho muitos exemplos desses, e fica para a próxima palestra ou texto.

Fundamental, encontre seus riscos antes que eles encontrem vocês, depois não tem choro e é RUA.

Estamos juntos!

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