Roberto Roche & Associados – Gestão em QSMS-RS e Sustentabilidade

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Reassentamento de comunidades seja involuntário ou voluntário, precisa ser com coração e governança dentro dos princípios do ESG.

Já faz tempo que perdi a conta de quantos reassentamentos liderei e desenvolvemos projetos com comunidades na África, Asia e Brasil

Mas existem uns que ficam marcados para sempre, e como sempre digo relacionamento com comunidades não é para amadores, achistas e acadêmicos.

Fronteira do Laos com o Camboja, anos 80, e como se diz: A primeira vez é difícil de esquecer e esta experiência com reassentamento, não foi uma das melhores.

Impacto socioambiental: Barulho, odor, explosão e alagamento.

Princípios ESG? Princípios do Equador? Padrões de desempenho do IFC?

Naquela época, (antes internet e celular etc.) passar a máquina e ficar calado era o comum, obras de engenharia, perfuração mineração passava a máquina mesmo e ficava por isso.

Eu, gestor novinho, com a primeira vez com o título de HESC- (Segurança, saúde, meio ambiente e comunidades), até então nunca tinha lidado com comunidades.

Mencionando rápido também, foi minha primeira experiência trabalhar em países que tinham sido arrasados depois de uma guerra civil, mais tarde vieram Libéria, Ruanda, Angola e outros., mas fica para outro texto.

Se eu chegasse para você agora, que está lendo este texto e dissesse;

Olha vamos mudar você, sua família e sua cidade de que mora de lugar dentro de alguns meses.

Como você se sentiria?

Qual seria sua atitude?

Como assim, minha vida, minha casa, meus amigos tudo o que eu tenho e construí, você vai me tirar daqui?

Não é fácil, precisa ter muito estômago para fazer isso.

Ahhh, é para o seu bem, para o bem do país, para o progresso, vamos ter mais empregos, você terá uma casa melhor etc. 

Tudo vai ser mais sustentável e viva a Sustentabilidade Corporativa.

E o mundo corporativo te joga no seu colo e você houve a seguinte frase do seu chefe:

“DÁ O TEU JEITO “, temos que fazer, o governo deu autorização e os investidores estão esperando.

Só mais um empreendimento, bem-vindo ao mundo corporativo.

E fomos lá, reunir com os moradores da vila, a primeira a ser impactada e dar a BOA NOTÍCIA.

Imagina a cena, em um país destruído pela guerra, alguém acha que entregaram todas as armas?

Campo minado e bombas que ainda não tinham explodido de montão em grande quantidade (frase da filha).

Tive dedo na minha cara, soltaram cachorro em cima de min (mordida na perna) e ainda tentaram jogar cocô (sorte que não acertou) mas pegou na intérprete.

Muita negociação, muita paciência e muito entendimento de todas as preocupações

E a vida foi ensinando a lidar com estas situações, a história é longa e fica para uma conversa ou palestra.

Desde que regressei ao Brasil tenho realizado muitas due diligencies socioambientais para grupos de investidores e deparado com problemas com comunidades.

Nada de novo, pois já vi de tudo (nem sempre, as vezes tem uma surpresinha), mas é impressionante como estas situações se repetem.

Perdão a turma da segurança do trabalho, mas: Acidente do trabalho, não param empreendimento(infelizmente), mas Meio ambiente e Comunidade; SIM !!!!, até encerra.

Vejamos o eu tenho identificado nessas minhas atuações agora como consultor

A falta de um estudo socioeconômica muito bem-feito é a causa raiz das maiorias dos conflitos, a falta de um mapeamento sério dos stakeholders não fica atrás outra coisa que me chamou atenção também foi a falta de um plano de segurança pública.

Essas questões que mencionei só básicas para lidar com as tomadas das decisões no relacionamento com as comunidades ainda mais quando houver reassentamento.

Inadmissível falhar nestes aspectos, são vidas que nós vamos impactar para o resto da vida de delas.

Onde entra o coração e governança no mundo corporativo: Em entender que são, como vivem, e como poder ajudar, amenizar, mitigar o sofrimento do inevitável e ser TRANSPARENTE!

Esse não trabalho não é para poucos, nem tão pouco para consultor de ar-condicionado que nunca conviveram com este problema como corporativo.

Dar pitaco depois virar as costas e ir embora é fácil, mas para quem fica é …….

Não basta acreditar na causa, TEM QUA ABRAÇAR também.

Este tipo de situação tem que ser elaborado e realizado com muito carinho, claro com profissionalismo, nada de assistencialismo, mas com coração também.

O mundo precisa, certo. A economia precisa, certo.

Mas tem toda uma vida naquele lugar que precisa e merece ser respeitada.

Já perdi a contas de comunidades que reassentei e nos últimos anos na Africa Oriental e Asia, nunca foi fácil mesmo quando é reassentamento voluntario, os desafios são enormes.

Desde a história mencionado acima, e com as lições aprendidas da vida profissional.

Colocar o coração e ser transparente também faz parte de ser bom gestor ter sucesso quando se lida com reassentamento com comunidades

Estamos juntos!

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