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Como se combate o “greenwashing” quanto ao ESG para os investidores, bancos e seguradoras? Chegou a hora!

É preciso construir um processo bastante robusto, frente a frente, para garantir que em cada passo do caminho, se um cliente ou regulador vier, seja possível explicar claramente por que se define um instrumento como verde.

Se um investidor quiser recorrer à melhor forma para decidir se um fundo é mais ESG do que outro, não recomendaria que olhasse para a pontuação ESG, porque todos sabemos que existem problemas com essas pontuações de terceiros.

Imagina que outro dia vi uma análise de nivel de maturidade ESG em empresa em Santa Catarina, feita por uns consultes locais de Joinville e Florianópolis usando o GRI como parâmetro, como podem?

Por quê?

Existem metodologias diferentes.

 Por exemplo, quem se preocupa com a diversidade de género deve olhar para a percentagem de investimento do fundo que vai para empresas em que mais de metade dos membros são diversos.

Essa é uma maneira muito, muito melhor de avaliar se o fundo está realmente fazendo um bom trabalho no ESG.

Infelizmente, a realidade é que muitos não têm tempo para analisar tudo isso.

 É por isso que eu acho que não precisamos de mais regulação, porque o mercado financeiro com suas diretivas já exige que todos divulguem o que essas pedem.

Mas agora o que temos demasiada divulgação e, a cada um a seu gosto ou melhor, a sua própria interpretação.

 É muito difícil para um investidor ler a ficha técnica do fundo.

 O prospeto é muito, muito longo.

Não podemos esquecer também que infelizmente houve uma politização do ESG.

Acho que o que foi politizado ou utilizado no debate político foi semelhante ao que vimos no setor financeiro.

O ESG é usado para descrever muitas coisas, por isso, cria confusão.

Penso que ninguém discordaria de que é preciso fazer algo em relação a fenómenos meteorológicos extremos, mas precisamos realmente de descobrir uma forma de nos adaptarmos melhor a um clima mais quente.

Temos de investir em melhores infraestruturas.

Temos de investir na transição para uma economia com baixo carbono.

O que é desafiante para um investidor, olhando sobretudo para os próximos cinco anos é saber como.

 Porque todos concordam que é preciso fazê-lo, mas cada um tem uma maneira diferente de o fazer.

 Assim, em certa medida, penso que os próximos anos exigem ainda mais colaboração a nível da elaboração de diretivas para encontrar uma forma de coordenação.

 E não podemos negar o facto de que há muita incerteza sobre quando é que [os países] vão colaborar, quando e como.

 E do ponto de vista do investimento, penso que isso cria riscos e oportunidades.

Neste cenário, qual é o maior desafio para os investidores?

O desafio para os investidores é encontrar as melhores empresas quando há políticas em diferentes fases.

O final do jogo pode ser o mesmo ano, mas para chegar lá pode demorar anos e diferentes níveis de risco e oportunidades por causa das diferenças nas políticas.

Encontrar as melhores empresas vai ser muito, muito complicado, do ponto de vista do investidor.

E qual é o seu segredo para encontrar essas empresas?

Fazer um trabalho árduo. Mesmo.

Não há dados históricos que possamos analisar, tudo agora é novo.

Não basta olhar para as emissões de uma empresa nos últimos três anos.

 Isto diz alguma coisa, mas não é muito.

Não basta olhar para as políticas executadas por um país, porque isso pode mudar.

Para mim, é preciso conversar com as empresas, tentar entender o máximo possível.

É preciso muito trabalho na análise para tentar entender, por exemplo, como a ciência está em relação à previsão de eventos climáticos extremos, para que possamos potencialmente levar alguns desses de volta aos nossos modelos económicos e avaliar melhor como fazemos a alocação de ativos no horizonte.

Penso que este é o momento.

É por isso que eu digo que o entusiasmo em torno do ESG acabou e, o trabalho duro começa agora. (veja meu artigo sobre esse tema)

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