Roberto Roche & Associados – Gestão em QSMS-RS e Sustentabilidade

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Riscos Socioambientais das empresas que coletam e tratam seus resíduos, precisam estar em sua matriz de riscos, fundamental para uma boa gestão ESG.

Quando fomos acionados pelos órgãos ambientais (Federal, Estadual e Municipal), quanto ao impacto socioambiental causado pela má disposição de nossos resíduos em um lixão.

Ficamos surpresos, porque nossa equipe sempre com o maior cuidado auditava sistematicamente e periodicamente as empresas coletoras de nossos resíduos.

No resumo da ópera, fomos acionados pelo MPF, premiados com uma multa alta por crime ambiental e tivemos que remediar o passivo ambiental causado.

Foram alguns milhões por aí, incluindo a indenização aos moradores em volta do” lixão”!

Este episódio, em minha carreira, foi mais um para o arquivo de lições aprendidas, nessa eu não caio mais (assim espero).

Quando uma empresa envia seus resíduos para quem está autorizado a coletar, gerenciar ou tratar, está sujeita a determinados riscos.

É necessária uma gestão dos riscos inerentes a operação, estes devem ser identificados e monitorados.

Entre alguns posso mencionar como exemplo:

Quem recebe o resíduo não opera de maneira adequada.

Acaba contaminando funcionários, solo, lençol freático e mesmo a vizinhança.

Nesta situação, a área contaminada terá que ser limpa, eventuais indenizações podem ocorrer, enfim, tem-se um caso clássico de passivo ambiental, onde enormes prejuízos financeiros quase sempre estão presentes.

Nesta situação, quem enviou resíduo para o local tem grande chance de ser convidado a dividir a conta.

Envio de resíduos para determinada empresa e está encerra as suas atividades temporariamente ou mesmo de maneira definitiva.

É importante lembrar que esta perda de continuidade operacional não acontece só por questões ambientais: questões trabalhistas, financeiras e acidentes também tem “levado” empresas a fecharem as suas portas.

Já conhecemos alguns dos riscos existentes nas atividades de envio de resíduos; E como realizar a gestão?

Auditorias ambientais com a melhor frequência possível, dentro das suas atividades do dia a dia.

Mas é muito importante ser claro e bem direcionado os objetivos destas auditorias.

Em minhas visitas a pedido de gestores da área depois de minhas palestras ou debates, observo que estes auditam estas empresas baseados na experiência adquirida nas suas auditorias internas, ou mesmo em auditorias ISO.

Não digo que estão equivocados e estas experiências só vem a contribuir para um bom trabalho.

Mas é de fundamental importância observar que os objetivos e a sistemática das auditorias em terceiros possuem certas diferenças.

Como:

Identificar e avaliar os riscos de corresponsabilidade por parte de quem envia resíduos;

Identificar e avaliar os riscos para a continuidade operacional da empresa que trata e gerencie os resíduos.

Observando estes pontos, reparem como estas auditorias tem características próprias.

Vamos a alguns exemplos:

Incêndio:

Normalmente, as auditorias ambientais não olham a questão de Incêndio.

Tive a experiência em que as questões ambientais estavam em ordem, porém, as chances de ocorrer um incêndio não eram desprezíveis e, caso isto ocorresse, a continuidade operacional da empresa estaria seriamente comprometida.

Aspectos Financeiros:

A empresa que coleta, gerencia e trata, pode estar ambientalmente adequada, porém, problemas financeiros podem fazer com que o nosso material não seja processado na época combinada ou, por ainda, problemas financeiros também podem levar ao encerramento das atividades.

Para a uma melhor eficiência da gestão de risco desta operação, deve se ser conduzida pela equipe de QSMS-RS e Sustentabilidade e suporte de outras áreas.

Vamos a mais uma experiência em que passei e com certa frequência:

Nossa equipe de meio ambiente não aprova determinada empresa que coleta nossos resíduos.

Mas para o setor de compras, quanto ao transporte por estar na região é melhor pois possui melhor preço.

Nossa solução? Verificamos o custo para a correção das falhas encontradas, corrigimos e passamos a monitorar com mais frequência.

Dependendo da localização, e isso falo com tranquilidade pois já tive estes problemas na África e no Oriente Médio.

Tivemos casos onde todos os possíveis fornecedores tinham questões ambientais em aberto, e a solução foi implantar um programa de adequação de comum acordo entre as empresas prestadoras de serviço.

É importante ter uma gestão onde a empresa que gera resíduos deve trabalhar em conjunto, com as que coletam e tratam.

Até por garantia que não vai ser cor responsabilizado por crime ambiental.

A grande maioria das empresas prestadoras de serviço são sérias e competentes e devemos estabelecer uma parceria honesta e transparente.

Agora, nós profissionais da área como auditores não podemos ter o comportamento de auditores draconianos onde é sim ou não é pronto, esta atitude não leva a nada.

Vamos supor que determinada empresa de tratamento de resíduos não foi bem avaliada na auditoria.

Eliminar ou ajudá-lo?

No caso de poucas opções, devemos apoiar estas empresas com um programa de melhoria na adequação ambiental.

Não resta dúvida, enviar resíduos para serem processados, gerenciados, envolve riscos.

O correto gerenciamento destes riscos é de interesse não só de quem envia o material, mas também, de quem processa.

Podemos ir ainda mais longe. Este correto gerenciamento de risco vai definir as empresas que continuam ou não no mercado.

O gerenciamento do risco, desde a elaboração da matriz de risco até é ao relatório final sobre estas empresas não podem ser elaborado somente pela área ambiental, é um processo que todo o departamento de QSMS-RS e Sustentabilidade participa e de outras áreas também.

Afinal ninguém quer passar pelo que já passei conforme mencionei no início do texto.

Estamos juntos!

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