Em uma gestão de sustentabilidade busca se ações de reduzir a pegada de carbono, utilizar os recursos de forma mais eficiente, integração com as comunidades, utilizar menos recursos, manter uma boa relação com as instituições financeiras, clientes e acionistas.
Entre todas essas ações é de extrema importância afastar o risco de uma má reputação, como acidentes ambientais, acidentes de trabalho inclusive trabalho ilegal.
Já vimos nestes últimos tempos, grandes marcas sendo acusado de trabalho escravo e as consequências foram desastrosas para imagem.
Qualquer empresa com uma reputação de ser insegura para trabalhar pode ter dificuldades em encontrar mão de obra local e ser forçada a se contentar com os candidatos menos qualificados que resultam em mais chances de acidentes.
Com os negócios atualmente crescendo em um mercado altamente competitivo, os gestores começaram a examinar cuidadosamente o que seus parceiros estão fazendo para garantir que suas operações sejam sustentáveis e ter um bom retorno quanta à imagem do seu produto.
Hoje a sustentabilidade é vista através de uma lente muito mais ampla que analisa não somente a pegada de carbono de negócio que está sendo deixada no meio ambiente ou a política global.
Mas sim em pontos que antes não eram contabilizados até começarem a ocorrer incidentes em que afetavam sua imagem.
Quando trabalhei na Libéria e em Serra Leoa tive a oportunidade de observar a preocupação dos governantes e da indústria da mineração com os chamados “minerais de conflito”.
Em um deles eu conheci de perto área dos famosos diamantes de sangue que se originam de regiões do mundo que estão sendo dilacerados por conflitos militares que são, por sua vez, muitas vezes financiados pela venda desses mesmos minerais.
“Já há alguns anos as empresas são obrigadas por lei a provar que eles não estão comprando minerais de conflito. ”
O que essa visão mais ampla de sustentabilidade tem a ver com a segurança do trabalhador?
Mais precisamente, na falta de segurança coletiva que pode desempenhar um papel profundo para o qual uma empresa é considerada sustentável.
Imagem é tudo, perante a comunidade e ao mercado.
O primeiro, e talvez o mais óbvio, é o papel que desempenha a segurança do trabalho na sustentabilidade é o seu impacto entre seus colaboradores e na comunidade a sua volta.
A fatalidade ou ferimentos graves em uma indústria causam uma grande comoção para aqueles que vivem e trabalham nas proximidades.
O incidente tem um grande impacto sobre a reputação do negócio.
À primeira vista, isso pode não parecer grande coisa.
Mas uma organização, com atividade de alto risco como, por exemplo, a indústria do petróleo ou da mineração podem ter dificuldades em encontrar mão de obra e ser forçada a se contentar com os candidatos ao emprego menos qualificados.
E sustentabilidade também é reter talentos, manter os colaboradores motivados, treinados e em um ambiente seguro.
Uma empresa a com alta rotatividade de seus colaboradores não é uma empresa que pensa em sustentabilidade.
Quando as pessoas descobrem que eu sou gestor da área de Sustentabilidade e QSMS-RS em uma conversa informal e o assunto são acidentes, uma das primeiras coisas que eu geralmente ouço é:
“Nossa empresa ou meu patrão precisa de uma palestra e consultoria sua.”
Qual o desejo que essas pessoas estão transmitindo com esses pensamentos?
Será que estão mais propensos a procurar trabalhar em outro lugar?
O mercado é implacável e muitos clientes podem questionar a capacidade do processo de uma indústria que não respeita a integridade de seus trabalhadores, e decidir que fazer negócios com eles pode atrair muita atenção negativa indesejada a sua marca.
Uma tempestade perfeita está vindo!!!!!!
Estão prevendo uma “tempestade perfeita” de escassez de recursos globais, em 2030, quando a população mundial deverá ultrapassar oito bilhões.
Empresas que não planejam para a escassez de recursos essenciais e aí incluímos o capital humano podem encontrar-se fora do negócio, atropelada e substituída por aqueles que fazem um esforço conjunto para garantir a sua sustentabilidade.
Quando um recurso se torna escasso o preço dele sobe.
E inovação, recursos alternativos e mão de obra qualificada bem treinada se tornam mais rentável e viável.
O escritor de ficção científica falecido Michael Crichton previu uma crise global de informação em seu livro de 1980.
Sua premissa era de que a necessidade de informação e as velocidades em que seria exigida excederiam rapidamente a capacidade física de linhas telefônicas e mergulhar a economia global a uma “falta de informação”.
Muito do que ele previu que, de fato, veio a ser concretizada, a velocidade e o volume das informações transmitidas globalmente superaram em muito a capacidade de linhas telefônicas analógicas e para manter-se no mercado os adventos de inovações em fibra óptica evitaram a crise.
Da mesma forma, a cadeia produtiva vai continuar a crescer com a concorrência global, que estreita as margens mais e mais.
Mas as empresas que investem em ações de sustentabilidade acima de tudo, em treinamento e não a segurança do trabalhador e seus processos terão mais caixa e operarão com mais eficiência e produtividade e sem duvida estarão mais bem posicionados para sobreviver.
É hora de ter uma visão mais ampliada de sustentabilidade do negócio.
Explorar formas de reduzir sua pegada de carbono, usar recursos de forma mais eficiente, consumindo menos recursos em geral e outras ações são partes de uma gestão sustentável.
Mas o mais importante é parar de desperdiçar tempo, dinheiro e recursos em processos que podem prejudicar a segurança dos colaboradores e da comunidade.
Alguém tem ideia dos custos diretos e indiretos de um acidente dentro da empresa ou de um acidente ambiental?
Estamos juntos!