Roberto Roche & Associados – Gestão em QSMS-RS e Sustentabilidade

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Aprenda com meus erros , identificação e gestão de riscos socioambiental.

Sim eu errei, é minha culpa!
E como eu errei, errei mais que acertei.
São + de 35 anos na area de QSMS-RS & Sustentabilidade a maioria deste tempo no trecho, plataformas de petróleo, selva amazônica, selva africana, deserto do Saara e por aí vamos.
Já falhei em diversas análises de risco socioambiental durante minha vida profissional, sinto-me bem à vontade em escrever sobre o tema e poder dividir esta experiência , chamar a atenção para a importância de uma boa gestão de riscos e análise de risco sócio ambiental.
Análises e sua gestão tem que ser muito bem elaboradas, detalhadas, discutidas por uma equipe de profissionais qualificados e com experiência real de campo.
E vale muito a vivência e conhecimento do processo, cansei de ver análises de riscos lindas de morrer ,mas totalmente fora da realidade do segmento econômico e desconhecimento do processo .
Muitos devem participar e discutir bem os pontos identificados se não :
SEU PLANO DE EMERGÊNCIA NÃO VALE NADA
Um único responsável para elaborar o plano de ação para sua mitigação quando previsto o acidente e sua gestão é necessário.
Pois onde existe mais de um dono o animal morre de fome, se muitos são responsáveis da gestão do plano, o desastre pode ser grande por falta de tomada de decisões.
Já se vão várias participações em projetos, tantas lições aprendidas e muitas outras ainda que possam vir por aí, pois, infelizmente pode haver surpresas se o trabalho não for bem feito.
Quando gestor de Sustentabilidade e QSMS-RS em um projeto que combinavam ao mesmo tempo a execução de uma ferrovia, rodovia e eletrificação em um percurso de 1300 km de extensão.
Começava no interior na selva africana sub saariana (uma hidroelétrica) e ia terminar em uma subsecção do deserto do Saara região chamada por Ténéré (onde estávamos no momento na frente de trabalho com 60 graus à sombra), passou o seguinte:
Era uma segunda de manhã, em reunião com a equipe de Sustentabilidade (como reutilizar a água nos acampamentos e trata-las), ao termino desta , quando liguei meu celular, este não parava de tocar com todos os tipos de mensagem freneticamente chegando e imaginei de tudo (acidente fatal e etc.), mas antes que pudesse ler as mensagens.
Entra em nossa sala o gerente de produção gritando que íamos ser atacados e mortos pelos Tuaregues!
Pronto uma confusão das boas e mais um dia animado, de pavor e para variar o pessoal do nosso departamento tinha que resolver.
Era uma obra grande com 4000 colaboradores vindo da Ásia e que não falavam inglês e nem francês (imaginem nossos TDDS, nossos cartazes de QSMS-RS pelo trecho) e como complicador, a nossa turma de engenharia também se limitava a língua do país de origem.
A situação: Os orientais gostam de cachorro para comer e comeram uns 30 de uma destas vilas Tuaregues por onde passava o nosso trecho no meio do deserto do Ténéré.
Uma frente de trabalho com mais de 800 homens parada é um tamanho de um baque para qualquer obra.
Nestas horas gestores de QSMS-RS são chamados para tudo, já ouvi até reclamação de que a quentinha não chegou e estava fria e era para nós resolveremos!
O diretor do projeto imediatamente me chama pelo rádio e escuto a famosa frase VAI LÁ, E RESOLVE!
Quando chegamos ao local do bloqueio, se aproximaram os Tuaregues em seus trajes típicos usando pano azul claro que caracterizam suas vestes tradicionais.
Neste dia estavam zangados e com razão, pois foi totalmente um desrespeito o que nosso pessoal fez com eles, a situação foi resolvida depois de um longo tempo.
E todo trabalho realizado por nossa equipe de relações comunitárias foi jogado por água abaixo.
Pois tivemos que recomeçar do zero com todas as 39 comunidades no percurso do projeto, pois a notícia se espalhou por todas as vilas, chegando até aos que estavam no meio da selva (sem internet) imaginem.
. Consequência, a projeto ficou fora do orçamento, nossos gastos antes previstos para o projeto de Sustentabilidade e QSMS-RS subiram e o resultado da obra ficou abaixo do esperado.
Lição aprendida?
Claro, mas……. Como poderíamos prever e incluir em nossa matriz de risco socioambiental a questão do cachorro como iguaria?
Faltou experiência de minha parte sim, em prever.
Reconheço o erro, e mais uma para minhas anotações de lições aprendidas.
Em uma análise de risco socioambiental temos que prever todos os possíveis problemas com as comunidades não só pela questão especifica dos cachorros no ocorrido, mas os possíveis impactos socioambientais que o projeto venha causar e um plano de ação realístico e factível para situações de emergência e crise.
Ciências humanas são humanas, não são 1+ 1=2 não é engenharia e muita habilidade se faz necessária para o sucesso de um projeto por parte da equipe de Sustentabilidade e QSMS-RS.
Experiência com lições aprendidas valem ouro e insisto!
Uma boa análise de risco sócio ambiental e sua gestão, é fundamental que participem profissionais qualificados e com experiência e vivência real de campo.
A turma do ar condicionado que me perdoe.
Assistimos neste momento, grandes fundos e empresas estrangeiras chegando ao Brasil através de aquisições, fusões e se instalando, isso é ótimo.
Que estejam cientes dos seus estudos de viabilidade dos projetos onde contemplem uma gestão forte e dedicada de QSMS-RS e Sustentabilidade na matriz de análise de risco socioambiental.
Aqui não é a selva africana, nem o deserto do Saara, muitas cidades não possuem água, esgoto e nem eletricidade regulares, mas todas têm celulares, grande parte acessa a internet e nossa legislação de crimes ambientais é rigorosa, toda atenção é pouco para não inviabilizar o projeto.
Estamos juntos !

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